Tratamento de Choque: A Passagem (2005)
O cineasta Marc Foster (A Última Ceia, Em Busca da Terra do Nunca) prestou uma singela homenagem ao grande David Lynch com o drama A Passagem. Claramente inspirado pelos pesadelos Lynchinianos em forma de película (A Estrada Perdida, Cidade dos Sonhos), ainda que com referências autorais e visuais ‘pescadas’ de Darren Aronofsky (Pi) e Alejandro Amenábar (Abra los Ojos), o diretor concebeu uma obra coesa e redonda, com esmero técnico irretocável, mesmo que videoclipesco em excesso.
Ao contar a trajetória do psiquiatra Sam Foster (Ewan McGregor, contido e sóbrio), que tenta salvar do suicídio o jovem Henry (Ryan Gosling, indicado ao Oscar este ano pelo igualmente superlativo Half Nelson), e de sua companheira (a bela Naomi Watts, infelizmente mal aproveitada pelo roteiro), o filme remete a pesadelos eloqüentes, como uma obra de Kafka filmada, onde a tênue linha entre o ser e o existir se confunde, gerando planos de tocante e genuína emoção.
Com isso, Marc Foster criou sua obra mais controversa, não conquistando o espaço obtido pelos seus filmes anteriores em premiações. Não que isso tenha feito diferença. A Passagem é seu filme mais emocionante, sem ser piegas como Em Busca da Terra do Nunca, sem ser manipulador como A Última Ceia. Por meio de cenários belíssimos, futuristas, onde prevalece uma composição de formas duras e geométricas, o diretor costura sua colcha de retalhos até um final brilhantemente encenado, e absurdamente triste. A Passagem é cinema em essência, moderno e vibrante. David Lynch deve estar feliz, seu legado está em boas mãos!
Ao contar a trajetória do psiquiatra Sam Foster (Ewan McGregor, contido e sóbrio), que tenta salvar do suicídio o jovem Henry (Ryan Gosling, indicado ao Oscar este ano pelo igualmente superlativo Half Nelson), e de sua companheira (a bela Naomi Watts, infelizmente mal aproveitada pelo roteiro), o filme remete a pesadelos eloqüentes, como uma obra de Kafka filmada, onde a tênue linha entre o ser e o existir se confunde, gerando planos de tocante e genuína emoção.
Com isso, Marc Foster criou sua obra mais controversa, não conquistando o espaço obtido pelos seus filmes anteriores em premiações. Não que isso tenha feito diferença. A Passagem é seu filme mais emocionante, sem ser piegas como Em Busca da Terra do Nunca, sem ser manipulador como A Última Ceia. Por meio de cenários belíssimos, futuristas, onde prevalece uma composição de formas duras e geométricas, o diretor costura sua colcha de retalhos até um final brilhantemente encenado, e absurdamente triste. A Passagem é cinema em essência, moderno e vibrante. David Lynch deve estar feliz, seu legado está em boas mãos!
By Céu
Marcadores: tratamento de choque
4 Comentários:
Fiquei de cara, não só por Ewan MacGregor ao qual sou fã, mas como pelo "cinema em essência", por ser drama...perfect. Vou buscá-lo já.
Ah! volto pra confirmar o que já posso quase que sentir dps do texto...
vontade de ver só de ler!
muito bom o texto, e o que ele inspira.e vou fazer agora.
ué.cadê o link pro download?
hunf.
Pq 4 estrelas? acho injusto. Bem no ritmo de Darren e com um fim bem real , apesar de durante todo o filme parecer sureal. Parabéns por ter feito sua crítica como uma estiga para vê-lo; isso considerando que a idéia e a moral do filme vai além do que possa se imaginar no filme aqui descrito. Você decidiria morrer como Henry?
Postar um comentário
Assinar Postar comentários [Atom]
<< Página inicial