Anestesia: O Último Rei da Escócia (2006)
Ultimamente, o cinema americano vem produzindo alguns filmes contudentes focando conflitos e problemas do continente Africano, desde o sufocante Hotel Ruanda (Terry George, 2004), passando pelo maravilhoso O Jardineiro Fiel (Fernando Meirelles, 2005), até o recente Diamante de Sangue (Edward Zwick, 2006). Adiciona-se a essa lista o correto O Último Rei da Escócia, filme que ganha força em virtude da genial e já clássica interpretação do veterano Forest Whitaker (O quarto do pânico), que encarna (literalmente) o ditador ugandense Idi Amin, em papel que lhe valeu o Oscar e o Globo de Ouro deste ano.
Dirigido pelo documentarista Kevin Macdonald (Um Dia em Setembro), o filme mostra a íntima relação entre o então presidente Amin e seu médico particular Nicholas Garrigan (James McAvoy, de As Crônicas de Nárnia, que não deixa o elevado nível cair) na década de 70. Conhecemos então a intimidade do ditador, sua relação com suas várias esposas e filhos, sua rotina doméstica e social. Percebe-se resquícios de humanidade e simpatia, que se perdem ao longo dos anos de poder, culminando numa das maiores atrocidades cometidas por um regime político em toda a história recente: a morte de mais de 300 mil civis ugandenses, vítimas do ódio e da desconfiança.
O desenvolvimento gradual do roteiro, passando da euforia ao temor constante, coincide com o desenvolvimento emocional dos personagens. É então que o brilho e a competência de Whitaker são revelados. Seu Amin é farrista, dependente, simpático, manipulador e inseguro. E é justamente sua imaturidade como governante que leva à perda da identidade e à onda de violência, contra seu povo e seus companheiros mais próximos. O final revoltante provavelmente despertará as pessoas para uma maior conexão com aquele continente. Para que essas mesmas pessoas percebam algo que é silenciosamente estuprado pelo Ocidente. Vendo o que está acontecendo na África talvez afete suas próprias vidas, escolhas e decisões.
By Céu
Dirigido pelo documentarista Kevin Macdonald (Um Dia em Setembro), o filme mostra a íntima relação entre o então presidente Amin e seu médico particular Nicholas Garrigan (James McAvoy, de As Crônicas de Nárnia, que não deixa o elevado nível cair) na década de 70. Conhecemos então a intimidade do ditador, sua relação com suas várias esposas e filhos, sua rotina doméstica e social. Percebe-se resquícios de humanidade e simpatia, que se perdem ao longo dos anos de poder, culminando numa das maiores atrocidades cometidas por um regime político em toda a história recente: a morte de mais de 300 mil civis ugandenses, vítimas do ódio e da desconfiança.
O desenvolvimento gradual do roteiro, passando da euforia ao temor constante, coincide com o desenvolvimento emocional dos personagens. É então que o brilho e a competência de Whitaker são revelados. Seu Amin é farrista, dependente, simpático, manipulador e inseguro. E é justamente sua imaturidade como governante que leva à perda da identidade e à onda de violência, contra seu povo e seus companheiros mais próximos. O final revoltante provavelmente despertará as pessoas para uma maior conexão com aquele continente. Para que essas mesmas pessoas percebam algo que é silenciosamente estuprado pelo Ocidente. Vendo o que está acontecendo na África talvez afete suas próprias vidas, escolhas e decisões.
By Céu
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2 Comentários:
no mesmo instante,vejo a cena se repetir.consecutivamente.como se fossémos formigas.se bem,que se fossémos, teríamos importância.
Celino... fico babando por cada comentário q tece aqui. E em particular quando fala de cinema. Fico torcendo para que eu posso ver o quanto antes. Pelo menos destes filmes novos e 'contundentes' tive a oportunidade de ver 'Diamante de Sangue' - com certeza é impactante todo aquele cenário e o q se faz pelo poder. Não há como sair imune.
SILÊNCIO...
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